Quarta, 25 de Junho de 2025

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Férias e uso de medicamentos contínuos: flexibilização pode levarà descompensação de doenças crônicas

Interrupção sem orientação médica pode desencadear crises agudas e casos graves em patologias controladas, comprometendo a qualidade de vida do paciente

Medicamentos devem ser ajustados conforme o destino da viagem (Foto: Freepik)

Com a chegada das férias, a rotina se torna mais flexível: alimentação, horários, atividade física e até mesmo o uso de contínuo de remédios. Essa mudança, embora comum, pode representar um risco importante para quem convive com doenças crônicas.

De acordo com levantamento da Medisafe, plataforma de gerenciamento de medicamentos, em parceria com a Merck, empresa no ramo da ciência e tecnologia, a adesão ao uso de medicamentos para doenças crônicas costuma cair durante feriados e fins de semana. Enquanto a taxa média de regularidade é de 77%, nesses períodos observa-se uma redução de 3,5%. O dado é preocupante, afinal, a saúde não tira férias, e o tratamento também não deve ser interrompido, alerta Átila Vendite, especialista em Medicina Preventiva e Social e gerente médico do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

“Não é seguro alterar a frequência, a dose ou suspender o uso de medicamentos na maioria das doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, doenças dermatológicas ou autoimunes. Um paciente diabético que deixa de usar insulina ou outros medicamentos e, ao mesmo tempo, passa a consumir mais alimentos calóricos, ingerir bebidas alcoólicas e reduzir as atividades físicas, corre o risco de desequilibrar o organismo, podendo evoluir para quadros agudos de hiperglicemia que exigem internação hospitalar”, alerta.

A interrupção sem orientação médica pode desencadear crises agudas em patologias anteriormente controladas, comprometendo a qualidade de vida do paciente. “Um hipertenso que deixa de tomar sua medicação pode apresentar uma crise hipertensiva, com riscos de infarto, AVC ou necessidade de medicação endovenosa em ambiente hospitalar. Já um diabético pode desenvolver sintomas como fraqueza, sede intensa, aumento da diurese, dor abdominal e, em casos graves, vômitos e alterações eletrolíticas”, exemplifica Vendite.

Mesmo em viagens curtas, mudanças temporárias na rotina, como alimentação, sono, hidratação e horários das atividades, podem ser suficientes para descompensar a doença de base, caso o tratamento não seja mantido corretamente. Por isso, é fundamental redobrar os cuidados. “Durante a viagem, o ideal é organizar os medicamentos previamente, manter alarmes no celular para os horários corretos, transportar os remédios em bolsas apropriadas, especialmente em passeios mais longos, e seguir rigorosamente as orientações. Medicamentos que exigem refrigeração demandam atenção redobrada: devem ser levados em bolsas térmicas adequadas, com controle de temperatura, para garantir estabilidade”, complementa.

O médico explica ainda que, se o destino da viagem tiver fuso horário diferente, é importante ajustar os horários dos medicamentos ao horário local, considerando as alterações nas refeições, no sono e nas demais atividades. “Muitos remédios devem ser tomados em jejum ou junto às refeições. Por isso, os horários precisam acompanhar a nova rotina. E, em caso de esquecimento ou perda de alguma dose, o paciente deve procurar orientação médica, seja localmente ou com seu médico de confiança. Hoje, com a receita digital válida em todo o país, esse processo é muito mais simples”.

O especialista ressalta que tirar férias do tratamento só é possível com orientação médica, e que, em geral, as doenças crônicas exigem tratamento contínuo por toda a vida. Flexibilizar o uso da medicação sem critérios pode trazer sérias consequências. “Em alguns casos específicos, como certos tipos de câncer, pode haver uma pausa programada no tratamento — mas isso só acontece mediante avaliação médica criteriosa, considerando o estágio da doença, a finalidade da quimioterapia e os riscos envolvidos. Para as demais doenças crônicas, não há espaço para férias do tratamento”, finaliza.

Sobre o Vera Cruz Hospital

Há 81 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase oito anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de 2,5 mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.

(Foto: Freepik)

Aline Telles

Tiago Freitas

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Gerson Thomazini

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