
O mês reforça a importância de cuidados responsáveis após o resgate incluindo práticas de nutrição que ajudam a restabelecer saúde e bem-estar.
Segundo levantamento de 2024 do Instituto Pet Brasil, mais de 201 mil animais estão hoje sob a tutela de ONGs e protetores independentes, muitos resgatados em situações extremas de negligência. A escolha de dezembro para a campanha reforça a urgência do tema, especialmente diante do aumento de abandonos nas férias e festas de fim de ano.
Entre os inúmeros desafios no processo de reabilitação desses cães, a alimentação ocupa um papel central. Animais que vivem nas ruas costumam se alimentar de restos de comida, lixo e fontes nutricionalmente pobres, o que acarreta doenças de pele, falhas no pelo, baixa imunidade, apatia, problemas gastrointestinais e perda acelerada de massa muscular.
Especialistas afirmam que a transição para uma dieta natural pode transformar esse quadro em um curto espaço de tempo. “A alimentação natural é um dos pilares mais rápidos e visíveis da recuperação”, explica Claudia Kronfly, porta-voz da foodtech de alimentação natural – A Quinta Pet. “Quando o organismo volta a receber nutrientes de qualidade, percebemos mudanças claras: melhora da pele, brilho dos pelos, mais energia e até aumento da expectativa de vida.”
Segundo ela, o corpo desses animais responde rapidamente. “Um cão que passou meses comendo lixo está em déficit nutricional severo. Ao oferecer proteínas de boa digestibilidade, fibras adequadas, vegetais frescos e suplementação correta, conseguimos restaurar funções essenciais do organismo. Em pouco tempo, o responsável pelo pet ou a ONG já nota um animal mais disposto, menos estressado e com respostas inflamatórias reduzidas.”, destaca a veterinária.
Para Claudia, discutir alimentação também é falar de dignidade e direitos básicos. “Cuidar da nutrição é cuidar do bem-estar. Quando resgatamos um animal e oferecemos comida de verdade, começamos a devolver a ele aquilo que sempre lhe foi negado: saúde, segurança e a chance de uma vida melhor.”
A história de Lucilena
Em outubro de 2023, Lucilena, uma Lhasa Apso hoje com 19 anos, foi encontrada em um lixão da região de São Paulo após ser abandonada pelo criador por, segundo fontes, não servir mais para reprodução. Chegou para Claudia destinada à eutanásia: extremamente magra, em caquexia, com tumores, feridas, infestação de pulgas, cegueira por ceratoconjuntivite seca e incapaz de ficar em pé.
Após ser adotada por Claudia, Lucilena passou a viver uma rotina baseada exclusivamente em alimentação natural e terapias de suporte. Assim, recuperou peso, estabilizou a saúde e voltou a ter energia. “Hoje, passados dois anos, apesar da idade avançada, da cegueira e da audição reduzida, é um cãozinho autônomo e tranquilo: caminha até o sol, encontra sua água, sua caminha e se alimenta com entusiasmo”, conta a responsável pelo pet.
Sobre A Quinta Pet: foodtech brasileira de alimentação natural para cães. Em 2021, introduziu no mercado um novo sistema de envase em sachês, permitindo a distribuição de alimentos prontos e sem necessidade de refrigeração — solução que representou avanço logístico e de segurança alimentar frente aos modelos congelado e enlatado. O modelo contribuiu para ampliar o acesso à alimentação natural, até então restrita a nichos específicos. Em 2025, a empresa iniciou sua expansão internacional, começando por Portugal. Atualmente, atende mais de 1,2 mil responsáveis por pets em seu plano de assinatura e está presente em aproximadamente 600 pontos de venda.

Taiane Luz
Anna Volpato



